Pérola Miranda Pires e Márcia Marlene Stentzler

TRAJETÓRIA DA ESCOLA RURAL MUNICIPAL ANA FRANCISCA DE ANDRADE NO DISTRITO DE PIRACEMA/PARANAVAÍ-PR (1956-2013)

  

Este trabalho objetiva resgatar aspectos da história da Escola Rural Municipal Ana Francisca de Andrade, localizada no povoado de Piracema, em Paranavaí (PR).  A escola foi fundada em 1956 por meio da Lei 0137 de 14 de julho daquele ano, de autoria do vereador José Gomes de Lima. (CÂMARA MUNICIPAL DE PARANAVAÍ, 1956).  Foi fechada em 2013, quando a prefeitura decidiu transferir os alunos dessa escola multisseriada para uma escola estadual seriada no distrito de Mandiocaba, prometendo melhorias à comunidade.

 

Enquanto permaneceu ativa no povoado, a escola teve grande significado para a sociedade, atendendo crianças que eram filhos de trabalhadores. Estes, que sempre buscavam meios de mantê-la funcionando, faziam, sob iniciativa própria, atividades sociais com a finalidade de arrecadar dinheiro e oferecer serviços de poda e capina, higiene, e compra de aparelhos para a escola.

 

As ações desta instituição escolar permitiram incluir, por meio do conhecimento, várias gerações de estudantes na sociedade. Mas, com o passar do tempo, o espaço foi negligenciado.

 

Este artigo é resultado do Projeto de Iniciação Científica desenvolvido na Universidade Estadual do Paraná (UNESPAR) – campus Paranavaí. Conta com o financiamento do CNPQ, por meio de bolsa de estudos. Destaca-se, por meio dele, a história local, tendo como base, fontes de pesquisa que mostram a atuação de professores, as práticas pedagógicas e a organização socioeducacional da Escola Rural Municipal Ana Francisca de Andrade.

 

Dessa forma, pretendemos contribuir para formar uma cultura de estudos e preservação do patrimônio histórico educacional que, ao longo dos anos tem-se visto negligenciado. Os dados coletados nesta pesquisa revelam impactos histórico-sociais com o fechamento da escola para a comunidade.

 

Metodologia

 

As escolas públicas foram fundamentais para a difusão dos ideais republicanos e para reproduzir, junto aos estudantes, uma cultura considerada padrão pela elite dominante.

 

As experiências socioeducacionais são únicas. Cada escola, cada sujeito tem diferentes histórias e perspectivas construídas a partir da escolarização. Esta pesquisa envolve documentos e memórias de pessoas e justifica-se a partir das experiências socioeducacionais, cuja principal base teórica está fundamentada em Thompson (1981, p. 51):

 

“[...] embora possamos, por processos comparativos, observar experimentos mais ou menos semelhantes em diferentes laboratórios nacionais (a emergência do Estado Nação, a industrialização) nunca poderemos retornar a esses laboratórios, impor nossas próprias condições, e repetir novamente o experimento”.

 

Este projeto está vinculado ao “Centro de história e memória oral: programa permanente de pesquisa e extensão em história da educação”, aprovado pelo comitê de ética da Unespar no ano de 2019. Parecer 3.632.034, de 9 de outubro de 2019. E, ao Núcleo de Catalogação, Estudos e Pesquisas em História da Educação (Nucathe).

 

Este estudo foi desenvolvido a partir de estudo bibliográfico, da história social e, com pesquisa de campo. Também foi criado, um grupo para a troca de informações sobre a escola, por meio do Facebook, a fim de nos protegermos contra a contaminação do vírus da COVID-19 e nos comunicarmos com as pessoas que nela estudaram ou trabalharam. O grupo conta com mais de 90 participantes, estando, entre eles, ex-alunos, ex-funcionários e moradores do distrito. Pantoja escreve que,

 

“[...] as Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC´s) são uma realidade, isso graças ao desenvolvimento das pesquisas tecnológicas e evidentemente pelo clamor mercadológico, por isso a possibilidade de pensar nos modos de utilização dessas tecnologias na educação. [...] já que elas estão presentes no espaço escolar e/ou fazem parte da vida dos estudantes” (PANTOJA, 2019. p. 12).

 

Em setembro de 2020, data início das atividades deste projeto, foi criado um grupo fechado no facebook e adicionado diversos professores que deram aula no local, alunos, pais e membros de toda comunidade externa da escola do povoado de Piracema. Dentre eles, também temos a figura de professores aposentados que conhecem a história da pessoa que dá nome à escola. O grupo conta hoje com mais de 90 pessoas participantes, nele, discute-se as memórias, e compartilha-se materiais sobre a Escola Ana Francisca de Andrade.

 

A trajetória histórica da Escola Ana Francisca de Andrade

 

A cidade de Paranavaí/PR, locus do estudo desta pesquisa, encontra-se geograficamente no noroeste do Paraná. O município recebe este nome, pois está situado entre os rios Ivaí, que corre em terras paranaenses e o Paranapanema que faz divisa com o estado de São Paulo. Com a criação do Cartório de Registro Civil em 1930, tornou-se um distrito judicial, e começou a se organizar como município a partir da Fazenda Velha Brasileira. Apenas em 1944 o nome Paranavaí surgiu. (MARTINS; STENTZLER, 2018).

 

Conforme consta nos registros da Secretaria de Educação e Cultura de Paranavaí/PR, a Escola Rural Municipal Ana Francisca de Andrade, criada em 1956, funcionou no distrito denominado Piracema. Localiza-se a 23Km de Paranavaí, área rural do município. De acordo com o Relatório da Secretaria da Educação e Cultura, a escola iniciou suas atividades em 16 de março de 1956. Atendia alunos de 1ª. a 4ª. Série. Contava com 2 salas de aula. O prédio era próprio e foi construído sob gestão de José Vaz de Carvalho. (DIAS E VIZALLI, 1976).

 


Imagem 1: Escola Ana Francisca de Andrade

 Fonte: DIAS; VIZALLI (1976, s.p.)

 

Embora tivéssemos acesso a informações documentais, ainda faltava conhecer melhor a realidade da escola, por meio das pessoas que a frequentaram ou nela trabalharam. A criação do grupo do Facebook veio suprir essa falta. E, foi além, pois a partir dos primeiros convites feitos a algumas pessoas conhecidas, um grupo grande de outras pessoas também foram convidadas por participantes a integrar o grupo. Isso foi surpreendente, pois ampliou o número de participantes muito além das expectativas iniciais do projeto. As pessoas de alguma forma se sentiram incluídas e valorizadas pela pesquisa que tratava da escola onde haviam estudado, onde haviam vivido anos de sua vida e da qual carregavam inúmeras lembranças.

 

A cada dia passávamos a conhecer melhor a Escola de Piracema, cuja história se revela e se fortalecia na medida em que as pessoas compartilham fotografias e realizavam comentários, despertando memórias, como por exemplo da professora aposentada Elza Helena Ramos de Andrade. Ela foi  uma das integrantes mais participativas do grupo, resgatou registros fotográficos significativos de quando estudou e trabalhou na escola. Em 1973, Andrade estudava o 3° ano do Ensino Fundamental na Escola, conforme a recordação escolar que, orgulhosamente, ela tem consigo até hoje. (ANDRADE, 2020).

 

 


Imagem 2: Fotografia da recordação escolar da Elza Helena Ramos de Andrade

Fonte: Acervo particular de Elza Helena Ramos de Andrade (1973).

 

Aos poucos, diferentes pessoas ingressaram e novas informações sobre a escola foram chegando. Wanda Miranda (2020, s.p.), que lá lecionou relata que “[...] Em 1975 passei a ser professora desta Escola onde trabalhei com sala de alfabetização composta de 36 alunos. [Trabalhei] quatro anos na alfabetização e 2 anos na sala multisseriada. Saudades dessa época.” Segundo os registros de Dias e Vizalli (1976) havia dois professores que atuavam na escola em 1975: uma mulher, Wanda Maura da Silva, lecionava para o 1º. ano e um homem, Antonio Miranda, que lecionava para as turmas de 2º. 3º e 4º anos.

 

A escola de fato era um lugar muito importante para a comunidade de Piracema. Um lugar respeitado e que possibilitava aos jovens a realização de sonhos que somente a alfabetização e a educação poderiam viabilizar. Dila Honorato compartilhou as fotografias de sua formatura da quarta série em 1976. Junto à fotografia, Wanda Miranda escreve que “a formatura era muito chique com a participação de todos da comunidade! Tudo era preparado com muito amor dentro do possível.” (MIRANDA, 2020). O que chama atenção na fala e na fotografia das integrantes é a relação afetiva que ambas têm com a escola. Isto revela que a escola cumpriu ativamente um papel que foi além de alfabetizar. Se formaram e permanecem até hoje laços de pertencimento entre a escola e todo grupo pertencente à comunidade.

 

 


Imagem 3: Fotografia da formatura da 4° série de 1976

Fonte: Acervo particular de Dila Honorato (1976)

 

 

Na fotografia em preto e branco, tirada há 45 anos, Dila Honorato é a menina com vestido, que orgulhosamente segura em suas mãos o diploma. Está sentada junto de sua mãe e seu pai.  Não foi possível identificar outras pessoas que nela aparecem. O grande número de pessoas que aparece na fotografia revela que a solenidade era muito prestigiada pelas famílias. Sinal de valorização pela educação. As festividades escolares, em geral, eram momento da escola tornar públicos seus resultados, se fortalecer junto à comunidade.

 


 
Imagem 4: Sala de aula da Escola Ana Francisca de Andrade

Fonte: Acervo particular de Elza Helena de Andrade (2020).

 

 

No grupo fechado do facebook "História e Memória da escola Rural Municipal Ana Francisca de Andrade", a membro Elza Helena de Andrade, compartilhou uma fotografia de uma aula realizada por seu pai. A escola não atendia somente crianças. A noite se transformava e eram os pais que ali buscavam conhecimento para suas vidas. Com as mãos calejadas do trabalho diuturno nas lavouras de café ou nas fazendas ou nos afazeres domésticos, os adultos, acompanhados por seus filhos, tinham um lugar onde se alfabetizar, conforme a imagem a seguir.

 

A imagem 4 é de uma aula para o Movimento Brasileiro de Alfabetização (MOBRAL). Nesta imagem, é possível notar a organização da sala de aula com as carteiras individuais feitas de madeira, a lousa grande, também de madeira, e a imagem do Senhor Jesus crucificado no centro da parede, próximo à bandeira brasileira.

 

Este belíssimo registro histórico além de revelar o contexto da organização da sala de aula, guardado em álbuns particulares de ex-alunos e ex-professores, revela também o sentimento de nostalgia que as pessoas que passaram pela escola tiveram ao rever a fotografia. Silvia Freitas (2020, s.p.) por exemplo, uma das integrantes do grupo comentou: "Nossa! Que saudades!" As memórias que a educação produz nas pessoas, em particular nos alunos, são para a vida toda. Em geral, elas estão associadas a momentos marcantes da vida e do desenvolvimento na infância.

 

Analisando as imagens dessa escola, é possível afirmar que algumas práticas pedagógicas do século XIX permaneceram no século XX. A organização da sala de aula com as carteiras individuais proporcionaria uma distância adequada entre os alunos, garantindo, consequentemente, a disciplina e maior vigilância do professor, segundo Arriada, Nogueira e Vahl (2012). Os mesmos estudiosos afirmam ainda que, “a imagem de Jesus crucificado, um armário, um relógio na parede, uma mesa com um tablado, um quadro grande de madeira pintado de preto, esponjas e giz, papel, cabides para chapéus e réguas com guarnição de metal eram instrumentos indispensáveis para o bom funcionamento de uma aula.” (ARRIADA; NOGUEIRA; VAHL, 2012, p. 45). Nem todos esses itens estão presentes nesta sala de aula, contudo os elementos.

 

Fechamento da Escola Ana Francisca de Andrade

 

Almeida e Paz (2018, p. 1) escrevem que “a educação das populações do campo tem, em sua história, marcas de silenciamento e omissão por parte dos agentes do governo. [...] Em termos históricos, nossa escolarização sempre foi um privilégio de poucos, sobretudo das elites, que dominam e que detém os meios de produção.” Essa realidade também fez parte da história da escola analisada. Aos poucos, as populações do campo, também sentiram a continuidade do funcionamento da escola. 

 

No ano de 2012, a Câmara Municipal de Paranavaí publicou uma notícia relatando sobre a forma de organização da comunidade para a manutenção da escola: 

 

“A única escola que existe no distrito funciona desde a década de 50, possui 24 alunos de 1º ao 5º ano em salas multisseriadas e sempre contou com a colaboração dos moradores para oferecer melhores condições de estudo para os alunos como pequenas reformas, pintura, serviços de poda e capina, aparelho de DVD, freezer, entre outros. Até os equipamentos da sala de informática foram comprados com a mobilização deles.” (CÂMARA MUNICIPAL DE PARANAVAÍ, 2012, s.p).

 

Embora houvesse uma mobilização da comunidade para a manutenção da  Escola Rural Municipal Ana Francisca de Andrade, ela foi fechada. Em diálogo com moradores do local, percebemos grande indignação e tristeza, pois alegam não terem sido informados de tal decisão tomada pela Secretaria de Educação. Segundo eles, quando a notícia veio a público, já souberam que a escola seria fechada. Pais se mobilizaram e foram até a Câmara Municipal de Paranavaí, numa tentativa de reverter o fechamento da escola. Um depoimento de pai foi publicado em documento da Câmara Municipal de Paranavaí:

 

“A comunidade está revoltada. Ninguém adiantou nada sobre essa possibilidade e quando marcaram reunião, já avisaram que a escola ia fechar e os alunos seriam transferidos para Mandiocaba. As nossas crianças estão preocupadas e sofrendo com esta situação” (CÂMARA MUNICIPAL DE PARANAVAÍ, 2012, s.p). Houve um tensionamento da comunidade, visando garantir a continuidade daquela escola que tantos benefícios tinha propiciado para Piracema ao longo de seus 56 anos de existência.

 

Na ocasião, a Secretária da Educação garantiu que melhorias aconteceriam, e os vereadores se propuseram a prestar serviços à Piracema, ocupando o prédio da então escola com outros serviços básico para a comunidade, conforme o trecho abaixo:

 

“No local onde funcionava a escola será instalado a Unidade Básica de Saúde e uma sala com atendimento odontológico para os moradores do Distrito. Segundo a vereadora Zenaide Borges, a mudança da Unidade de Saúde para este lugar irá ampliar a estrutura física e melhorar o atendimento, já que o posto utilizado é pequeno e há algum tempo não tinha dentista [...]
Solidários aos moradores de Piracema, todos os vereadores se comprometeram a acompanhar de perto e ficar à disposição da comunidade para saber se o combinado durante as reuniões vai ser cumprido. Estamos deixando abertas as portas dos nossos gabinetes para a comunidade do Distrito entendendo que a secretária irá cumprir com sua palavra e já garantiu que o ensino terá mais qualidade. Estamos cumprindo com o nosso dever de servidores da população” (CÂMARA MUNICIPAL DE PARANAVAÍ, 2012, s.p).

           

O fechamento entristeceu a comunidade que estudou, trabalhou e viu seus filhos estudarem naquela instituição. Elza Helena de Andrade (2020, s.p.) externou sua tristeza e insatisfação com o ocorrido e relatou: “Para mim, foi momento de tristeza o fechamento da escola, pois, de todas as que trabalhei no meio rural ela era a mais bem estruturada.”

 

Este depoimento é importante porque revela a estrutura da escola, que estava em muito bom estado de conservação. Maria Piassa, atualmente professora do Município de Paranavaí, também estudou e lecionou na escola. Compartilhou com o grupo fotografias de aulas das aulas de educação física que aconteceram na escola em sua última década de atividade. Nas fotos é possível visualizar as crianças brincando nos arredores da escola, porque o ambiente não possuía quadra esportiva. (PIASSA, 2020, s.p.)

 

 


 Imagem 5: Aulas de educação física

 Fonte: Acervo particular de Maria Piassa (2007)

 

Comparando a imagem 1 e a 5 nota-se que a escola não sofreu muitas alterações em sua estrutura externa, desde 1976. Das pequenas modificações que aconteceram está o cercado da escola que deixou de ser de estacas de madeira e passou a ser um cercado de arame, o mastro com as bandeiras do Brasil, Paraná e de Paranavaí foi inserido e, a paredes ganharam um letreiro com o nome da escola logo acima das janelas.

 

Considerações Finais

 

Em setembro de 2020, foi criado um grupo no Facebook denominado “História e Memória da Escola Rural Municipal Professora Ana Francisca de Andrade”. Esta comunidade conta com aproximadamente 90 integrantes e é um espaço virtual onde é possível conhecer e discutir as memórias desta escola. A mobilização para a criação e inserção de membros no grupo foi bem rápida, o que contribuiu para o início dos diálogos entre os participantes.

 

Esta pesquisa mostrou, numa perspectiva histórico cultural, aspectos da inserção da escola na vida das pessoas, no convívio social para toda comunidade do distrito de Piracema, desde sua fundação.  Por fim, este estudo discutiu também a negligência de gestores municipais no não cumprimento de suas promessas para com a comunidade, desconsiderando direitos da população.

 

Referências biográficas

 

Pérola Miranda Pires: Graduanda em Pedagogia e bolsista do CNPQ junto ao Programa de Iniciação Científica da Unespar Campus Paranavaí.  perolamiranda2001@gmail.com.

 

Márcia Marlene Stentzler: Orientadora. Doutora em Educação, História da Educação; Mestre em Educação, Formação de Professores; Docente no Colegiado de Pedagogia, UNESPAR campus de Paranavaí. Docente no Programa de Mestrado em Ensino: Formação Docente Interdisciplinar (PPIFOR). Líder do NUCATHE (Núcleo de Catalogação, Estudos e Pesquisas em História da Educação). marcia.stentzler@unespar.edu.br

 

Referências bibliográficas

 

ALMEIDA, B. J; PAZ, E. O. Fechamento de escolas do campo: Silenciamento do direito à educação. Anais do VI Conedu.  2018. Disponível em: http://editorarealize.com.br/editora/anais/conedu/2019/TRABALHO_EV127_MD1_SA5_ID5854_09082019221708.pdf. Acesso em: 2 maio 2021.

 

ANDRADE, E. H. Texto do grupo fechado “história e memória da escola Ana Francisca de Andrade”. Paranavaí, 28/07/2020. Facebook: grupo fechado “história e memória da escola Ana Francisca de Andrade”.. Disponível em:     https://www.facebook.com/groups/886039098593393/permalink/888677931662843/ Acesso em 02 maio 2021.

 

ARRIADA, E; NOGUEIRA, G. M; VAHL, M. M. A sala de aula do século XIX:  Disciplina, controle e organização. Conjectura: filosofia e educação. Vol 17. N.2. maio/ago. 2012. Disponível em:  http://www.ucs.br/etc/revistas/index.php/conjectura/article/view/1649/1025. Acesso em: 2 maio 2021.

 

CÂMARA MUNICIPAL DE PARANAVAÍ. Lei 0137 de 14 de julho de 1956. Cria a escola de Piracema. Paranavaí, 1956. (arquivo digital).

 

CÂMARA MUNICIPAL DE PARANAVAÍ.  Moradores de Piracema pedem ajuda aos vereadores para não fechamento da Escola. Paranavaí- PR, 11/12/2012. Disponível em:  http://www.cmparanavai.pr.gov.br/index.php?sessao=26f340104evf26&id=1294. Acesso em: 10 dez. 2020.

 

CÂMARA MUNICIPAL DE PARANAVAÍ. Vereadores questionam situação de alunos da Piracema. Paranavaí- PR, 09/01/2013. Disponível em: http://www.cmparanavai.pr.gov.br/index.php?sessao=21637b662dvf21&id=1335. Acesso em: 10 dec. 2020.

 

DIAS, P, B.; VIZALLI, A, J. Secretaria de Educação e Cultura. Histórico das Escolas Municipais. Paranavaí-PR, 1976. (Documento datilografado).

 

HORONATO, D. Texto do grupo fechado "História e memória da escola Ana Francisca de Andrade”. Paranavaí, 04/10/2020. Facebook: grupo fechado “história e memória da escola Ana Francisca de Andrade”.. Disponível em:   https://m.facebook.com/groups/886039098593393/permalink/893359557861347/8. Acesso em: 02 maio 2021.

 

MARTINS, J.; STENTZLER, M. M. Escolas Rurais Primárias e o direito à educação: estudo sócio-histórico no município de Paranavaí (décadas de 1950 à 1970). UEM, 2018.

 

MIRANDA, W. Texto do grupo fechado "História e memória da escola Ana Francisca de Andrade”. Paranavaí, 11/02/2021. Facebook: grupo fechado “história e memória da escola Ana Francisca de Andrade”.. Disponível em:           https://m.facebook.com/groups/886039098593393/permalink/987201225143846/. Acesso em: 02 maio 2021

 

PANTOJA. B. A. O Facebook como ferramenta pedagógica no ensino de História. UFPA. Ananindeua. 2019

 

PIASSA, M. Texto do grupo fechado “história e memória da escola Ana Francisca de Andrade”. Paranavaí, 26/07/2020. Facebook: grupo fechado “história e memória da escola Ana Francisca de Andrade”.. Disponível em:    https://m.facebook.com/groups/886039098593393/permalink/886900171840619/. Acesso em: 02 maio 2021.

 

THOMPSON, E.P. A miséria da teoria ou um planetário de erros: uma crítica ao pensamento de Althusser. Rio de Janeiro: Zahar, 1981.

 

15 comentários:

  1. Pérola e Márcia,
    Parabéns pelo trabalho realizado á respeito do fechamento da Escola rural.
    Infelizmente, devido as políticas públicas da atualidade, o fechamento das escola do campo têm se tornado frequente em diversas regiões do nosso Pais.
    Ressaltando o que foi citado no texto sobre a educação do campo e a história dos sujeitos que fazem parte da comunidade e da escola, pergunto: Na opinião das autoras, o que nós, enquanto professores/pais podemos fazer para defender uma educação do campo de qualidade, valorizando os sujeitos que participam do processo educativo? Como mostrar aos nossos governantes a importância da educação do campo e da escola rural para a comunidade em que a mesma está inserida?

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    1. Prezada Tamar,
      Agradecemos sua pergunta, pois de fato o fechamento das escolas situadas em comunidades rurais afetou a vida de inúmeras famílias. Essa pesquisa tem oportunizado dar visibilidade as histórias dessas instituições, as memórias individuais e coletivas daqueles que estudaram, lecionaram e da própria comunidade que lutou pela existência da escola. Vejo que uma das formas de defender a educação do campo é dar visibilidade às escolas, tanto as que foram fechadas quanto as que estão em funcionamento. A pesquisa oportuniza tornar conhecido e respeitado o trabalho nelas realizado. É a oportunidade das pessoas revisitarem suas memórias e refletirem criticamente quanto a importância dessas escolas. Esta pesquisa está proporcionando isso.

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    2. Excelente explanação professora Márcia,
      Acredito que a pesquisa desenvolvida por vocês irá contribuir para novas pesquisas e o resgate de histórias de outras escolas rurais/campo que acabarem sendo fechadas por meios de políticas públicas adotadas pelos governantes.

      Tamar Cristina Ludwig.

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  2. Queridas Pérola e Márcia,

    A pesquisa é linda e resgata a história de uma escola que poderia simplesmente cair no esquecimento, por já não estar mais em funcionamento. Pérola, tão bom quando temos um envolvimento pessoal e subjetivo com o nosso estudo, a sensação que tenho é que nos sentimos ainda mais motivados e realizados em desenvolvê-lo. Falo porque também há um envolvimento pessoal com a minha própria pesquisa. Como se sente sobre isso?
    Parabéns Pérola, abraço.

    Cláudia

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    1. Querida Cláudia,
      Obrigada pelo comentário, realmente a pesquisa nos envolve. São 130 pessoas impactadas no grupo do Facebook, pessoas que se identificam, que entendem a necessidade da escola. Em conversa com uma das pioneiras da comunidade, ela me disse o quanto que o fechamento da escola refletiu negativamente na comunidade. E o êxodo se tornou comum naquele povoado. Então, eu me sinto como alguém que está resgatando a vida para um lugar que estava morrendo, como disse uma das moradoras. É gratificante e me traz sentido para continuar lendo e escrevendo sobre a escola.

      Pérola Miranda Pires

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  3. Achei maravilhoso a iniciativa de resgatar essa história,uma escola sempre traz melhoras pra comunidade,desperta um crescimento social sem precedentes.
    Vocês acham é possível reabrir essa escola?Como a gente pode estar ajudando nisso?

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    1. Prezada(o),

      Agradeço pelo comentário. A escola enquanto ativa, como diz uma das pioneiras de Piracema é o coração da comunidade. Seu fechamento impactou muito o povoado de maneira negativa, e intensificou o êxodo naquela região. Sobre a reabertura, é complexo responder, pois trata-se de politicas públicas e promessas de gestores descumpridas. Nosso trabalho visa trazer a comunidade memoria viva da importância da escola para aquele lugar. Espero ter respondido sua pergunta, qualquer duvida, estou a disposição.

      Perola Miranda Pires

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  4. Nossa achei muito interessante essa iniciativa 👏👏❤️ é algo muito gratificante,creio eu para as pessoas dessa cidade,e para os próprios estudantes...❤️
    Sei como é um pouco da trajetória,porque minha vida toda estudei em uma escola pública,sendo ela Rural,por mais com as dificuldades ao passar o decorrer do tempo tudo foi se adaptando e hoje agradeço muito por todas as oportunidades oferecida por essa escola❤️E então super apoio essa decisão...Será que de alguma maneira nós poderia estar ajudando?,mesmo de longe,como eu que Moro em Teodoro Sampaio-SP má estudei na escola pública do Assentamento de Mirante do Paranapanema-SP

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    1. Querida,

      Agradeço que tenha se identificado de alguma forma com a pesquisa. Nosso interesse é reconhecer a importância dessas escolas que durante anos foram negligenciadas pelos gestores municipais em diversos lugares do país. Você pode contribuir conosco compartilhando suas experiências socio-historicas em nosso grupo no Facebook e trabalhando com a pesquisa histórico-social de sua escola. Acredito que seja uma forma de valorizar estas instituições que apresentam importância significante para a comunidade em que a escola esta inserida. Um abraço.

      Perola Miranda Pires

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  5. Eu achei a inciativa muito tocante e a história por trás belíssima. Eu, como estudante de escola rural, também abraço a causa e simpatizo com os antigos alunos da instituição, pois sei, assim como eles, que não é nada fácil. A trajetória percorrida em viver e estudar em um ambiente rural, os sacrifícios se faz e o sentimento, muitas vezes, de desamparo do Estado são sensações que só pessoas como nós (que vivenciamos) sabemos descrever. E é claro que, apesar de modesta, escolas como essas fazem muita diferença na vida de dezenas/centenas de jovens brasileiros por cada nova geração, construindo caráter, fomentando e alimentandos seus sonhos.
    Eu agradeço em nome de todos os jovens que estudaram, estudam ou vão estudar em escolas rurais essa iniciativa maravilhosa e darei meu total apoio.

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    1. Querida (o),

      Seu comentário me traz muita motivação em querer continuar com a pesquisa. Realmente estas escolas possuem pouca visibilidade por parte dos gestores, como mencionado no texto; e você, com seu comentário revela o quanto a escola Rural impactou sua formação educativa como um todo. Existe uma crença de que a escola Rural impede os alunos de terem acesso a educação de qualidade, mas nossas pesquisas mostraram grande êxito profissional das crianças - hoje jovens, que passaram por lá.

      Pérola Miranda Pires

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  6. Parabéns pela iniciativa. Apoio a causa e torço para que reabram e ampliem a escola.

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  7. Pérola e Márcia,
    Estou encantado pelo trabalho de vocês, a abordagem com a história oral e os meios utilizados para poder desenvolver o trabalho em tempos de pandemia. Neste trajeto essas atividades remotas impuseram muitas dificuldades?
    Além disso, no momento em que escolheram por encerrar as atividades da escola, os documentos oficiais informam alguma medida pensando a auxílio no transporte dos alunos e da realocação dos profissionais da antiga escola?

    Jorge Luis de Souza Barbosa

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  8. Perola. Parabéns pelo seu trabalho. O que tu apresenta mostra o quanto podemos avançar numa educação que envolve os diferentes sujeitos históricos e o repensar do espaço formal de ensino. abraços

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