Ivaneide Barbosa Ulisses e Celiana Maria da Silva

APRENDIZAGEM DIGITAL: ELABORAÇÃO DE UM ACERVO FÍLMICO COMO PATRIMÔNIO

 

Buscamos apresentar e dialogar no evento, por meio do presente texto, aspectos referentes à nossa experiência no curso de História/Fafidam/Uece, no período específico e excepcional do ensino remoto durante a pandemia de covid-19 em 2020 (infelizmente ainda em andamento). Utilizamos da nossa experiência de coordenadora de projeto de extensão com filmes e cine clubes para trazermos certos aspectos metodológicos “extensionistas” para a atividade central proposta e executada na disciplina Estágio II/Patrimônio, e, igualmente desenvolvida pelos bolsistas do Programa de Residência Universitária/Capes. Necessário explicar que os bolsistas residentes compunham em maior número os alunos na disciplina referida.

 

A disciplina Estágio II/Patrimônio tem como proposta a utilização dos conteúdos e práticas relacionadas ao patrimônio histórico e cultural em instituições como museus, arquivos, centros de documentação e de cultura, monumentos, praças, etc, em intervenções de educação patrimonial em escolas do ensino básico e no âmbito do ensino da História. Não sendo possível a intervenção imediata, resolvemos focar na produção de algum material passível de ser utilizado nas regências futuras do grupo de residentes (e outros estagiários do curso).

 

Objetivamos a partir de um objeto cultural, uma linguagem da arte, no caso, o cinema, problematizar os conceitos de patrimônio, memória, história, lugares de memória, cultura/arte e educação patrimonial, ao mesmo tempo em que constituíamos um ACERVO/CATÁLOGO denominado CINEMA, FILME CEARENSE. Poderia ser outro objeto cultural que não filmes? Sim. Poderia ser sobre museus, objetos da história local, entre outros. No entanto, já colocamos o trabalho com extensão voltado a dialogar a respeito de filmes e história com públicos de dentro e fora da universidade, nos inspirou, ao mesmo tempo, em que pode agregar ao o que já realizamos.

 

Quanto mais executamos atividades com filmes entendemos a importância de imagens, de filmes enquanto objetos possíveis de aprendizagem no campo da educação. O historiador e filósofo Georges Didi-Huberman, nos alerta que as imagens são publicizadas, cultuadas de tal forma nas sociedades atuais, que bem podemos pensá-las como: “O lugar onde tudo é possível, tanto o pior como o melhor, e que devemos atravessar...”(DIDI-HUBERMAN, 2019, p. 96). Ou seja, nos provoca a irmos além do senso comum. Ao explanar que vivemos em uma sociedade das imagens, Didi-Huberman acredita mais que vivemos é na sociedade das imagens clichês. É necessário, é preciso em boa medida uma educação para ver, para perceber imagens.  

 

Já havíamos conversado com os discentes do curso e percebido que conheciam pouco sobre cinema nacional e menos ainda sobre a produção do Ceará. Então, recortamos a nacionalidade e o espaço de produção das películas. Pois, nos foi possível perceber ao longo da disciplina e em o grupo, o filme como expressão/representação/apresentação da sociedade que o produz, compondo também um contínuo processo de construção de identidades.

 

Assim como todo filme fora pensado como histórico, o professor Napolitano (2012) diz que:

 

“Um filme [...] vai sempre fazer referência a um debate historiográfico ainda que esse debate não esteja explicitado de maneira didática no filme, sempre vai ter referência a um documento histórico, a uma fonte de época, alguma referência à memória” (NAPOLITANO, 2012 apud SILVA, 2020, p. 29-30).

 

Uma educação histórica com a contribuição do estudo a partir de imagens, de filme/cinema se centra na amplitude da cultura, tanto na qual o objeto filme foi produzido como recebido ao longo do tempo, novamente Didi-Huberman , nos alerta, “A cultura não é a cereja do bolo da história; desde sempre é um lugar de conflitos em que a própria história ganha forma e visibilidade no cerne mesmo das decisões e atos” (DIDI-HUBERMAN, 2019, p. 20). 

 

 A imagem, filme/cinema não são meras técnicas e nem meros acessórios comunicativos, trazem memória, sensações, representações de quem somos ou de quem queremos ser. A pesquisadora Renata Soares explicita que:  “Tecnologia, linguagem, arte, indústria, espetáculo, diversão, história, memória e cultura, por exemplo, são variados aspectos que, ao longo dos anos, o cinema, em sua constituição, foi incorporando...” (SOARES, 2011, p. 1), portanto, o cinema abarca ser pensado como patrimônio cultural de dada sociedade.

 

Foram problematizados os conceitos base da disciplina: patrimônio, memória, cultura, educação e História a partir do objeto filme e finalizamos com a constituição coletiva de um acervo catalogar com a temática: Filmes e lugares de cinema do Ceará. A composição do Catálogo fora realizado totalmente de forma online, o que nos obrigou a lidarmos também com a problematização do meio digital enquanto espaço de pesquisa e de cidadania, último aspecto salientado pela pandemia, pois se alguém duvidava que o acesso ao mundo digital era uma necessidade, pós-2020 já não mais.

 

Para pensarmos os meios digitais trouxemos a BNCC na qualidade de competências e habilidades necessárias, pois se por um lado os estudantes de modo geral lidam cotidianamente com o digital, por outro identificamos um número pequeno entre eles que pensam nas ferramentas enquanto espaço de educação, pesquisa ou mesmo de forma mais questionadora: “Produzir, avaliar e utilizar tecnologias digitais de informação e comunicação de modo crítico, ético e responsável, compreendendo seus significados para os diferentes grupos ou estratos sociais” (BNCC, 2019, p. 402). 

 

O caminho inicial da disciplina foi pensar as competências digitais, definidas pela pesquisadora Lívia Mesquita (2020) como:

 

“Conjuntos de conhecimentos, habilidades, atitudes, capacidades e estratégias  necessárias para usar tecnologias e os meios de comunicações digitais para: executar tarefas; resolver problemas; comunicar e gerir informações; colaborar, criar, compartilhar conteúdo e construir conhecimento...” para somente depois utilizar tais meios na elaboração do acervo desejado.

 

O que é o digital? São Tecnologias Digitais da Informação e Comunicação – TDICs. Utilizadas para mediar a educação. Tivemos a oportunidade de orientar mais do que professorar, ou seja, mediar, orientar a turma. A carga horária da disciplina foi dividida em aulas sincrônicas e atividades de pesquisa e montagem do acervo(maior parte). A turma se dividiu em equipes e em nossos diálogos levantamos lugares da Net/Redes passíveis tanto para constituição como ferramenta para guardar o acervo/catálogo: Google meet para os encontros; Classroom (todo material de estudo será alocado aqui); drive (material resultante da pesquisa dos estudantes); documento/formulário Google.

 

Importante mais do que saber onde pesquisar e como guardar o pesquisado era o discente se preocupar como utilizar, selecionar e sistematizar fontes oriundas da internet, problematizar a respeito dos conteúdos das redes em geral, compreender noções metodológicas da montagem de arquivos, montar arquivo online com os dados coletados (fichas catalográficas e pastas).

 

Questões norteadoras nas buscas pela rede: Como/Que sites utilizar? E quais outros meios virtuais? Como arquivar e sistematizar os resultados obtidos? O que é acervo on-line? Como apresentar aos professores, alunos, comunidade? Daí, apreendemos que nosso acervo se faria a partir de Documentos existentes nas redes e Documentos construídos pelas equipes.

 

Resultados alcançados no processo de ensino-aprendizagem, a realização da pesquisa, coleta, armazenamento e publicização de modo on-line (ainda em andamento); construção coletiva de acervos com dados referentes a filmes e lugares de memória sobre filmes e de profissionais do ramo no Ceará. Equipes foram divididas de acordo com o tipo de material desejado para o acervo: Filmes/curtas; Filmes/longas; Filmes/Documentários; Filmes/locais de memória (dados sobre espaços físicos de cinemas ou museus, memoriais) e Filmes/mídias (locais nas redes com informações de profissionais do cinema). 

O projeto acervo-catálogo funcionou a partir de um roteiro: a) Pesquisa exploratória internet; b) Montar um projeto de ação (ver próximo parágrafo); c) Reunião do grupo (escolhas a fazer: divisão de tarefas (pesquisa, organização da pastas com acervos salvos). E entregaram por plano de ação (equipes) compreendendo as perguntas: 1. O QUE QUEREMOS?  (Propósito/ objetivo); 2. POR QUE QUEREMOS?(Justificativa); 3.  O QUE TEMOS QUE FAZER? (estratégias); 4.COM O QUE VAMOS FAZER? (nome a nome. Distribuição de tarefas); 5.COMO VAMOS FAZER? (etapas e prazos de entrega); 6. O QUE PRECISAMOS APRENDER? (roteiro de estudos/saberes) 7. PRODUTO FINAL/SOCIALIZAÇÃO (entrega do acervo).

 

Chamamos atenção para o não realizado, duas questões: a primeira que percebemos ao final da disciplina que não tínhamos dado conta do material existente sobre o tema. Os alunos em geral se surpreenderam com a quantidade de filmes, profissionais e memórias sobre lugares de cinema em suas cidades, por exemplo. Ficou uma brecha enorme no que concerne, por exemplo, a ideia de mapear existências de lugares usados como cinemas em outros tempos; assim como a vastidão de títulos que precisariam de mais tempo de exame. 

 

Resultados alcançados: A constituição de um acervo-catálogo com 37 curtas-metragens; 14 documentários; 28 longas-metragens; 29 espaços nas redes com entrevistas com profissionais do cinema cearense; 4 espaços de cinema no Ceará. O material do acervo-catálogo é formado por fichas (Formulário Google) com link do site, página; se o acesso é grátis ou pago; ficha técnica da produção ou do local; imagens de cartazes, publicidade, elenco; links de reportagens; resenhas, trailer...  Todo o material se encontra em pasta drive do Gmail da docente, pretendemos elaborar no presente semestre meio de publicização, usos e continuidade de preenchimento de dados. 

 

Recebemos contribuições de outros professores do curso durante diversas reuniões de Colegiado para nos preparar para o momento. Temos ciência que fizemos uma pequena parte do desejado, até porque só tivemos noção do tamanho da tarefa ao iniciarmos o trabalho. Porém, como já colocamos agora no presente semestre damos continuidade ao preenchimento do catálogo ao mesmo tempo em que elaboramos formas de publicização e usos possíveis para regências no ensino básico de ensino. 

 

Somos filhos do nosso tempo. Hoje, graças aos “grandes teóricos da história”, podemos constatar que a maneira de estudar a história mudou, todos tiveram e têm uma parte fundamental nos acontecimentos históricos e no cotidiano, não se pode mais aceitar que os personagens fiquem no anonimato, escondidos, e isso faz parte do resgatar a dignidade humana de que todos os sujeitos são dotados. A História é cativante, desafiadora e sempre atual. Como bem diz Marcos Silva (1995): “[...] vale refletir sobre a história imediata como contribuição para se pensar que os diferentes períodos históricos, em vez de fatias mecânicas do tempo, externas a quem os estuda, são histórias em construção...” E a história é em contrução, é contínua, não se pode aceitar uma verdade absoluta; os fatos históricos não podem ser trancados em conceitos definidos, limitados, cristalizados.

 

As interpretações são inúmeras porquê inúmeros são os homens que fizeram e fazem a história, cada um tem a sua maneira de contar a própria experiência, como bem acentua Hobsbawm: “O modo como montamos e interpretamos nossa amostra escolhida de dados verificáveis (que pode incluir não só o que aconteceu mas o que as pessoas pensaram a respeito) é outra questão” (1997, p. 3). Essa nossa história vai ser apresentada por vários pontos de vista, por várias interpretações, várias experiências, e essas, devem ser respeitadas porquê parte de cada sujeito que fez e faz a História.

 

Constatamos que se faz necessário o uso de novos objetos de aprendizagem, pois os alunos sentindo-se envolvidos no seu próprio processo de ensino-aprendizagem, participantes e pertencentes a essa história em seu processo de construção, participará com mais interesse e o professor poderá usar todos os recursos didáticos que estiver ao seu alcance para inovar as aulas e envolver com dinamicidade os alunos. Portanto, se faz imprescidível que o professor, facilitador do processo de ensino-aprendizagem, indentifique-se de tal forma com a sua profissão, pois a cada dia ele é convidado a fomentar as suas aulas e ver nos recursos didáticos os seus “aliados”, esses recursos são: “[...] um modo para que um dado assunto seja problematizado e percebido” (OLIVEIRA, 2012, p. 269).

 

Hoje, os professores e futuros professores “devem” aprender a falar a linguagem dos seus alunos “nativos digitais”. Atualmente são muitas as formas que ajudam o professor na “adoção” dos diversos objetos de aprendizagem, a fim de contribuir com a permanente formação do docente.

 

Em suma, filmes vistos como “documentos históricos”, pois proporcionam o desenvolvimento crítico dos alunos, despertam os seus interesses e curiosidades e assim, eles se sentem envolvidos nas aulas e aprendem de maneira dinâmica e inovadora. Para tanto, serão capazes de dialogar, debater, questionar, problematizar, pois orientados a utilizar os vários recursos das mais variadas formas e não somente como simples ilustração do conteúdo apresentado.

 

O historiador tem o papel de interpretar os fatos com todos os elementos que tiver à sua disposição, ele “deve” sempre procurar alargar o horizonte e conquistar um olhar crítico, aprendendo a valorizar cada detalhe, favorecendo assim, a conquista de uma consciência crítica, aderindo a essa constante luta em favor de uma sociedade mais justa, mais livre, mais igualitária. Um professor motivado, naturalmente, motiva seus alunos e cria “um ambiente saudável”, rico de troca de experiências.

 

Referências biográficas

 

Ivaneide Barbosa Ulisses. Profa. Dra. do curso de História. Faculdade de Filosofia Dom Aureliano Matos- Universidade Estadual do Ceará.

 

Celiana Maria da Silva. Graduanda do curso de História. Faculdade de Filosofia Dom Aureliano Matos- Universidade Estadual do Ceará.

 

Referências bibliográficas

 

BERGMANN Jonathan; SAMS Aaron. Sala de aula Invertida. Rio de Janeiro: LTC, 2020.

 

BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: MEC, 2019. Disponível em:

http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/BNCC_EI_EF_110518_versaofinal_site.pdf. Acesso em: 22 set. 2020.

 

COMPETÊNCIA digital e reorganização do pensamento educacional: Lívia Mesquita. Fortaleza: Universidade Federal do Ceará, 2020. 1 video (2h55min). Publicado pelo canal Laboratório Digital Educacional. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=Unmtpv4ZwSE. Acesso em: 15 out. 2020.

 

DIDI-HUBERMAN, Georges. Cascas. Rio de Janeiro: Editora 34, 2019.

 

HOBSBAWM, Eric. Sobre História. São Paulo: Companhia das Letras, 1998.

 

OLIVEIRA, Nuncia Alexandra Silva de. “Novas” e “Diferentes” linguagens e o Ensino de História: construindo significados para a formação de professores. EntreVer, Florianópolis, v. 2, n. 2, p. 262-277, jan./jun. 2012

 

OS caminhos para a análise de um filme em sala de aula: Marcos Napolitano. São Paulo: núcleo de vídeo, 2012. 1 vídeo (14 min). Publicado pelo canal Multicultura.Disponível em:

https://www.youtube.com/watch?v=3PMEWU_OV2A. Acesso em: 10 jan. 2021.

 

SILVA, Celiana Maria da. “Cineclube” com a História e a EAD: vivências e experiências no processo de ensino-aprendizagem (2018-2020). 2021. 122 f. Universidade Estadual do Ceará, Campos Sales, 2021. Disponível em: http://siduece.uece.br/siduece/trabalhoAcademicoPublico.jsf?id=98992. Acesso em: 28 mar. 2021.

 

SILVA, Marcos. História: o prazer em ensino e pesquisa. São Paulo: Brasiliense, 1995, p. 23-38.

 

SOARES, Renata Ribeiro Gomes de Queiroz. Cinema, Memória e Patrimônio In: XXVI SIMPÓSIO NACIONAL DE HISTÓRIA – ANPUH,  2011, São Paulo.  Anais [...] São Paulo, jul. 2011.

9 comentários:

  1. Olá, professora Ivaneide e Celiana, primeiramente, parabéns pelo trabalho.
    Vocês citaram que estão dando continuidade no catálogo e estão vendo "formas de publicização e usos possíveis para regências no ensino básico de ensino" Então gostaria de saber se os professores da educação básica terão acesso a esses documentos e como se dará isso? Gostaria de saber se esses materiais produzidos serão compartilhados com o público em geral(para as pessoas que tenham interesse pelos trabalhos como eu)?
    Novamente parabéns pelo excelente trabalho.

    Abraços
    Beatriz Oliveira Fontenele



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    1. Oi Beatriz. Clubista maravilhosa e recém graduando. Beatriz, a ideia é exatamente essa a de deixar a disposição por plataformas. No entanto, ainda estamos na montagem. Uma fase demorada pq a ideia é trabalhar com os alunos da disciplina de patrimônio. Ou seja, dois semestres temos já um acervo e agora a catalogação. Para o próximo pensar na forma de alocar e divulgar. Abraço, querida.

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    2. Olá, Beatriz!

      Obrigada pela leitura feita ao nosso texto.

      É um trabalho em construção. Muito interessante, estão surgindo dados e informações que vão além do que foi programado. É muito o material que temos a disposição. Inicialmente não sabíamos da proporção do material ofertado. Como disse a professora Ivaneide, para o próximo semestre “... pensar na forma de alocar e divulgar”. As experiências que vivenciamos “devem” ser valorizadas e “eternizadas no tempo”, não “devem” ficar guardadas apenas com as pessoas que a viveram, mas problematizadas, até porquê acreditamos, também, que possam motivar outras pessoas a darem continuidade ao trabalho proposto.

      Abraço!
      Celiana Maria da Silva

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  3. Olá, profa. Ivaneide e Celiana. Parabéns pelo texto e pelo projeto desenvolvido.

    Um ponto que me chamou a atenção na discussão que vocês realizam, são as relações entre o cinema e os processos de constituição de identidades. Assim, se vocês avaliarem como pertinente, gostaria que comentassem um pouco mais sobre essa relação entre os filmes que foram selecionados e o tema da identidade, se essa foi uma questão que ganhou visibilidade pelos filmes já catalogados - eu percebi que eles possuem uma relação especial com os territórios, etc.
    Isto é, não é tanto uma questão, mas um convite para o diálogo sobre esse tema, que tangencia alguns de meus interesses de pesquisa e estudos também.

    Tudo bem?

    Obrigado!

    Josias José Freire Júnior

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  4. Olá, Josias!

    Obrigada pela leitura feita ao nosso texto.

    Como diz Serrano: “Ensinar pelos olhos e não só pelos ouvidos”. Os estudantes, como sabemos, nos dias atuais são imagéticos e “bombardeados” com imagens oferecidas através das redes sociais, são os “nativos digitais”. Nas salas de aula sente-se a “urgência” de propostas inovadoras para o ensino-aprendizagem e por consequência, de educadores envolvidos nessas novas linguagens do ensino, linguagens essas que não devem ter o objetivo de ilustrar a aula, mas fazer desses recursos verdadeiros objetos de aprendizagem. Tratamos o filme como um "texto", como narrativas com diferentes linguagens (som, luz, enquadramentos, fotografias...), filme como "produto" de vários sujeitos, profissionais. O filme em História além de obra de arte, é fonte histórica, seu significado vai além do cinematográfico, vai além da técnica em si. Ele é analisado em todos os seus aspectos e, de fato, como afirmam os professores Capparrós-Lera e Rosa: “[...] o cinema se torna um importante parceiro no processo de formação do aluno, pois pode contribuir para uma formação cognitiva e simbólica” (2013, p. 196). Os discentes, sentindo-se envolvidos no seu próprio processo de ensino-aprendizagem, sentindo-se participantes e pertencentes a essa história em seu contínuo processo de construção, participará com mais interesse. Envolvidos, hipótese nossa, eles aprendem mais facilmente porquê se sentem motivados a participarem da própria aprendizagem e, consequentemente, aprendem a ter uma visão crítica do mundo que os rodeia.

    At.te.,

    Celiana Maria da Silva

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  5. Parabéns as autoras pelo trabalho e por compartilhar conosco suas experiências
    abraços

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