Camila de Brito Quadros

EDUCAÇÃO PATRIMONIAL: UM “EXERCÍCIO DO OLHAR” PARA A CATEDRAL IMACULADA CONCEIÇÃO DE DOURADOS/MS

  

Introdução

 

Esse texto tem como objetivo apresentar a experiência de ensino de história local, através da metodologia da Educação Patrimonial, realizada com estudantes do curso de Turismo da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS) cursantes da disciplina Turismo e Patrimônios, na qual sou professora responsável, em regime de contratação esporádica, desde 2010.

 

O bem cultural escolhido para tratar nesse relato foi a Catedral Imaculada Conceição, localizada no centro urbano de Dourados. Cabe notar que a atividade que irei apresentar, realizada no âmbito da disciplina, compreende também outros bens culturais e, a cada nova oferta, outras questões metodológicas se colocam, bem como outras discussões se fazem presentes.

 

O tema Educação Patrimonial faz parte do ementário da disciplina Turismo e Patrimônios e, nesse sentido, há alguns anos tenho sugerido e promovido atividades que envolvam a temática, a participação dos estudantes e a comunidade externa. As atividades geralmente são desenvolvidas em algumas etapas: 1) estudo dirigido acerca da teoria e metodologia da Educação Patrimonial, bem como os aspectos históricos e culturais do(s) bem(ns) selecionados; 2) visita in loco, geralmente com o suporte de um “anfitrião” que nos recebe e faz o guiamento no local, apresentando e explicando os diversos aspectos acerca do bem cultural; 3) em paralelo à visita, os estudantes preenchem seus “diários de campo” (roteiro da atividade), fazem fotografias, tiram dúvidas e apresentam colocações sobre o que já aprenderam teoricamente em relação ao bem cultural; 4) retorno à sala de aula, na qual realizamos uma análise e discussão final sobre as diversas etapas da atividade, além de pensar ações efetivas no campo da educação patrimonial e do turismo.

 

Educação Patrimonial: breves considerações

 

“Todas as vezes que as pessoas se reúnem para construir e dividir conhecimentos, investigar para conhecer melhor, entender e transformar a realidade que as cercam estão realizando uma ação educativa. Quando tudo isso é feito levando em conta algo relativo ao patrimônio cultural, então trata-se de Educação Patrimonial” (In site Iphan).

 

Historicamente falando, o termo Educação Patrimonial, bem como sua metodologia surgem no Brasil no início da década de 1980 inspirado nos trabalhos pedagógicos ingleses designados Heritage Education. À época, a museóloga Maria de Lourdes Parreiras Horta desenvolveu a metodologia apresentada no Guia Básico de Educação Patrimonial, a primeira obra e ainda referência como material de apoio para ações de educação patrimonial na atualidade.

 

Na ocasião, as autoras conceituaram Educação Patrimonial dessa forma:

 

“Trata-se de um processo permanente e sistemático de trabalho educacional centrado no Patrimônio Cultural como fonte primária de conhecimento individual e coletivo. A partir da experiência e do contato direto com as evidências e manifestações da cultura, em todos os seus múltiplos aspectos, sentidos e significados, o trabalho da Educação Patrimonial busca levar as crianças e adultos a um processo ativo de conhecimento, apropriação e valorização de sua herança cultural, capacitando-os para um melhor usufruto destes bens, e propiciando a geração e a produção de novos conhecimentos, num processo contínuo de criação cultural” (HORTA; GRUNBERG; MONTEIRO, 1999, p. 6).

 

Importante problematizar que, apesar desse conceito ser amplamente disseminado e servir como referencial para ações educativas relacionadas ao patrimônio cultural brasileiro, o termo “alfabetização cultural” tem recebido muitas críticas “pois uma vez que se entende que os indivíduos são detentores e produtores de cultura, não podem ser considerados analfabetos culturais” (OLIVEIRA, 2019, p. 37).

 

Nesse sentido, a atual gestão do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), através da Coordenação de Educação Patrimonial (Ceduc) conceitua a abordagem de educação patrimonial como sendo constituída:

 

“[...] de todos os processos educativos formais e não formais que têm como foco o patrimônio cultural, apropriado socialmente como recurso para a compreensão sócio-histórica das referências culturais em todas as suas manifestações, a fim de colaborar para seu reconhecimento, sua valorização e preservação. Considera-se, ainda, que os processos educativos devem primar pela construção coletiva e democrática do conhecimento, por meio da participação efetiva das comunidades detentoras e produtoras das referências culturais, onde convivem diversas noções de patrimônio cultural” (In site Iphan).

           

Interessante pontuar também que o processo de (re)apropriação do patrimônio cultural é uma forma de se educar e educar outras pessoas sobre a importância da valorização e da preservação do patrimônio.

 

“Vale afirmar que a valorização do patrimônio cultural brasileiro passa pela ação pedagógica com o objetivo de desenvolver o processo permanente e sistemático de inserção do conhecimento junto à comunidade. A Educação Patrimonial apresenta-se como suporte de conhecimento a promover no indivíduo a noção de cidadania, desenvolvendo, assim, de modo coletivo, o sentido de pertencimento e apoderamento, elementos basilares para sensibilização da sociedade e geradores do orgulho e da autoestima, que fazem elevar o senso de preservação do patrimônio cultural” (TOLENTINO, 2012, p. 5).

 

O objetivo da Educação Patrimonial é oportunizar situações nas quais os estudantes aprendam sobre a cultura e suas manifestações, além de despertar o interesse por questões significativas, tanto em âmbito individual como no coletivo. Além disso, o meio ambiente histórico no qual os estudantes estão inseridos também oportunizam situações que podem vir a provocar sentimentos de curiosidade e surpresa, motivando-os a conhecer cada vez mais o patrimônio cultural de sua comunidade (HORTA; GRUNBERG; MONTEIRO, 1999, p. 8). Nesse sentido,

 

“A metodologia específica da Educação Patrimonial pode ser aplicada a qualquer evidência material ou manifestação da cultura, seja um objeto ou um conjunto de bens, um monumento ou um sítio histórico ou arqueológico, uma paisagem natural, um parque ou uma área de proteção ambiental, um centro histórico urbano ou uma comunidade de área rural, uma manifestação popular de caráter folclórico ou ritual, um processo de produção industrial ou artesanal, tecnologias e saberes populares, e qualquer outra expressão resultante da relação entre os indivíduos e seu meio ambiente” (HORTA; GRUNBERG; MONTEIRO, 1999, p. 6).

 

Nessa perspectiva, entendemos que a Educação Patrimonial é uma metodologia educativa que busca

 

“[...] desenvolver a percepção e o espírito crítico, propiciando experiências e contato direto com as manifestações culturais, sejam bens materiais como edifícios, praças, mercados, jardins, fotografias, documentos, esculturas, quadros, instrumentos de trabalho, etc. ou bens imateriais como músicas, danças, festas religiosas, ou populares, comidas, rituais, hábitos e costumes, formas de fazer, saberes e dizeres populares etc” (GRUNBERG, 2007, p. 5).

 

A Catedral Imaculada Conceição inserida no contexto da história local

 

O contexto histórico do povoamento não índio no extremo sul do Mato Grosso foi marcado por alguns processos migratórios os quais originaram, mais tarde, o município de Dourados. A ocupação e o povoamento da região iniciaram-se no final do século XIX e início do século XX com a chegada dos primeiros migrantes vindos, sobretudo, dos estados de Minas Gerais, São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul. É nesse contexto histórico, que vislumbramos a inserção e permanência de vários grupos familiares que, aos poucos, vão compondo um povoado que mais tarde viria a ser chamado de Dourados (LARA, 2018, p. 1).

 

A região central da cidade sempre teve importância primordial como elemento de memória do patrimônio, pois foi nela que os indivíduos se estabeleceram, onde aconteceram as primeiras festividades cívicas e religiosas, práticas fortemente vividas pelo povoado, além de concentrar as primeiras residências, atividades comerciais e logicamente, as primeiras atividades políticas. Além disso, a primeira capela foi construída nessa região central do povoado em meados da década de 1920. O primeiro passo em direção à organização administrativa e política é realizado pela Lei nº 658 de 15/06/1914, a qual cria Distrito de Paz de Dourados, pertencente ao município de Ponta Porã (LARA, 2017, p. 72).

 

E nesse cenário, tem início a ideia de construção de uma capela, sendo que em 1923, foi organizada por Major Capilé, a primeira comissão pró construção (CAPILÉ JUNIOR, CAPILÉ, SOUZA, 1995, p. 107). Essa comissão, composta por representantes de uma parte da comunidade, e que atualmente são lembrados por seu “pioneirismo” sendo homenageados através de nomes de ruas ou escolas.

 

Desse modo, “a Igreja foi a primeira instituição que surgiu, atuando, inclusive na organização do espaço urbano. Posteriormente, surgiram as escolas, os hospitais” (MOREIRA, 1990, p. 21), e os outros elementos que foram compondo este espaço central no povoado. Tais elementos são entendidos como características formadoras de identidade cultural e da história do município, de maneira que os moradores foram construindo, além de um sentimento de pertencimento pelo lugar, também um vínculo entre as memórias trazidas dos locais de onde vieram. Esse vínculo, que se torna afetivo, possibilita que essa população, além de se reconhecer e pertencer ao lugar passe a se enxergar como sujeitos da história, que possuem assim como direitos, também deveres (LE GOFF, 2013, p. 139) para com a localidade e comunidade nas quais está inserida.

 

Somente em 1935, através do Decreto Estadual nº 30 de 20 de dezembro, Dourados é elevado à categoria de município. No entanto, os foros da cidade foram concedidos somente em 1938. No mesmo ano, porém no mês de outubro, é criada a Paróquia Nossa Senhora Imaculada Conceição, tendo como Matriz a igreja do mesmo nome, anteriormente capela.

 

“Ao se estabelecer em Dourados, no dia 18 de outubro de 1940, uma das primeiras preocupações do pároco, Frei Higino Latteck, foi ampliar a capela e dotá-la de uma sacristia e de um novo piso – reforma que foi terminada a 25 de maio de 1941. Devido as atividades pastorais desenvolvida na Capela, logo ficou insuficiente para abrigar os fiéis, motivo pelo qual no dia 12 de março de 1944, foi lançada a pedra fundamental de uma nova Igreja matriz. Apesar de pequena, ela suscitou o entusiasmo e a união da população. Foi inaugurada a 31 de dezembro daquele ano, mas o piso e o forro só foram colocados em 1953” (in site Diocese de Dourados).

 

Em 1957 é criada a Diocese de Dourados, sua Igreja Matriz é elevada à Catedral Imaculada Conceição. Posteriormente, em 1988, Dom Teodardo Leitz, terceiro bispo diocesano, pensou que, ao invés de construir uma nova catedral, em outro local, seria mais fácil e prático reformar e ampliar o templo existente e, em 1990 foi inaugurada aquela que passou a ser, a partir de então, oficialmente, a Catedral da Diocese de Dourados.

 

“Outra importante reforma aconteceu dez anos depois, por ocasião do Ano Santo de 2000, durante o governo pastoral de Dom Alberto Först. Nesta ocasião, o templo foi enriquecido com um mosaico, reconhecido como um dos maiores e mais ricos do Brasil. As duas reformas dobraram as dimensões originais da igreja de 1960, e sua capacidade de acolhida passou de 400 para 850 pessoas. Em 2007, durante o Jubileu de Ouro da Diocese, foram inseridas imagens nos seis nichos dispostos na fachada da catedral. No alto, duas imagens da Virgem Maria: Nossa Senhora da Conceição, padroeira da cidade, e Nossa Senhora de Guadalupe, patrona dos povos indígenas. Logo abaixo, São Benedito e Santo Antônio. Por fim, na base do triângulo, São Pedro, demonstrando a unidade da Igreja de Dourados com a Igreja de Roma; e São Francisco de Assis” (in site Diocese de Dourados).

 

Atualmente a Diocese do Sagrado Coração de Jesus, com sede em Dourados é dividida em 6 foranias, sendo composta por 37 paróquias distribuídas em 17 cidades do Mato Grosso do Sul.

 

Assim, percebemos que a influência da Igreja Católica em Dourados, através de suas representações patrimoniais, sejam elas materiais ou imateriais, contribuem para a preservação de uma memória identificada como a presença de um passado, expresso em um dos seus símbolos patrimoniais do campo religioso, a Catedral Imaculada Conceição, cujos elementos materiais e imateriais juntam-se, complementam-se e formam sentidos e significados que não podem ser desvinculados, nem compreendidos de forma fragmentada. Dessa forma, o patrimônio cultural atua como elemento formador e agregador de pessoas que estão envolvidas num objetivo comum: desenvolver suas práticas de fé identificadas e legitimadas através do elemento patrimonial (LARA, 2017, p. 96).

 

A atividade de educação patrimonial: um exercício do olhar para a Catedral Imaculada Conceição de Dourados/MS

 

A proposta dessa atividade se dá, inicialmente, pela escolha de um bem cultural da cidade para que os estudantes possam exercitar o aprendizado teórico acerca do tema educação patrimonial. A Catedral Imaculada Conceição, além de ser um dos principais referenciais espaciais da cidade (por se localizar no centro urbano, em frente a principal praça – Praça Antônio João), também é conhecida como um de seus “cartões postais”, sendo também um dos pontos turísticos de Dourados. Ou seja, quem se desloca pelo centro da cidade, independente da motivação (trabalho, lazer, compras ou serviços diversos) irá transitar nos arredores da Catedral. O edifício apresenta representações que se desdobram para além da perspectiva própria da religião católica, adentrando também a perspectiva patrimonial e de identidades.

 

Utilizarei as etapas metodológicas já mencionadas na parte introdutória desse texto para apresentar a atividade de educação patrimonial desenvolvida:

 

1) estudo dirigido acerca da teoria e metodologia da Educação Patrimonial, bem como os aspectos históricos e culturais do(s) bem(ns) selecionados: ao iniciar a atividade utilizamos geralmente os textos técnicos produzidos pelo Iphan, além de artigos científicos que tratam a temática educação patrimonial e turismo. Além disso, as fontes de imprensa local e as fontes memorialistas foram utilizadas como ferramentas de aprendizado sobre os aspectos históricos e culturais da catedral. Como documento oficial e recurso para os aspectos turísticos relacionados ao bem cultural em questão, foi utilizado o Inventário Turístico municipal. Dessa forma, após a realização dos estudos dirigidos, os estudantes estão aptos para realizar a segunda etapa da atividade – a de exercitar seu olhar para o patrimônio.

 

2) visita in loco, geralmente com o suporte de um “anfitrião” que nos recebe e faz o guiamento no local, apresentando e explicando os diversos aspectos acerca do bem cultural: apesar do curso de Turismo da UEMS ser ofertado no período noturno, a visita é realizada sempre durante o dia, geralmente num sábado, no qual a maior parte dos estudantes possam participar, além do anfitrião que nos recebe na Catedral, sendo esse geralmente um diácono, que nos acompanha durante toda a visita: parte externa e interna, cripta (local no qual estão acondicionados os restos mortais de membros do clero que já atuaram na Diocese de Dourados), salão paroquial e Memorial Diocesano (trata-se de uma sala na qual estão expostos objetos, documentos e outros tipos de acervos referentes à diocese). Cabe ressaltar que, em todas as visitas que fizemos à Catedral Imaculada Conceição sempre fomos bem recebidos, o diácono sempre faz explicações pertinentes e interessantes acerca dos aspectos históricos, culturais e religiosos relacionados à Igreja Católica e à Catedral, além de conseguir, inclusive, realizar paralelos com a própria história local, sendo que esse fator é melhor viabilizado, acredito, pelo fato do diácono ser douradense e também se interessar pelo campo da história.

 

3) em paralelo à visita, os estudantes preenchem seus “diários de campo” (roteiro da atividade), fazem fotografias, tiram dúvidas e apresentam colocações sobre o que já aprenderam teoricamente em relação ao bem cultural: segue abaixo o roteiro da atividade que os estudantes portam durante a visita, no qual fazem suas primeiras anotações e análises. Cabe notar que algumas perguntas norteadoras são consideradas nessa atividade, com o intuito de promover a reflexão sobre o patrimônio cultural visitado e analisado.

Disciplina: Turismo e Patrimônios - Atividade de Educação Patrimonial

A Educação Patrimonial consiste em um trabalho de observação, registro e análise, o qual possibilita o conhecimento, o acesso à informação e o contato com bens tanto materiais quanto imateriais, para que assim possamos perceber a importância de se preservar e valorizar a nossa cultura. Sendo assim, durante a visita a Catedral Imaculada Conceição é possível perceber alguns aspectos relevantes, como a utilização deste patrimônio como forma de se conscientizar os moradores em relação ao patrimônio e também como forma auxiliar de se desenvolver o turismo na cidade. Ao observar e analisar o referido patrimônio, registre os pontos mais importantes da visita seguindo o roteiro abaixo:

Nome do local visitado/Informações sobre o nome e a história do local:

Como é o lugar hoje? (Arquitetura, estado de preservação, entorno, etc.)

Como era este lugar no passado? Qual a sua importância para os moradores?

Há alguns elementos do passado que podemos ver hoje? Quais?

Como as mudanças ocorridas ao longo dos anos se refletem nesse lugar?

Quem vivia no entorno deste local no passado? Quem vive hoje?

Para que foi usado este local? E para que é usado hoje? Quais as mudanças podem ser observadas nesses aspectos?

Que ações podem ser tomadas para preservar esse lugar? Qual o papel do turismo neste contexto?

 

4) retorno à sala de aula, na qual realizamos uma análise e discussão final em relação às diversas etapas da atividade, além de pensar ações efetivas no campo da educação patrimonial e do turismo. Em geral, as percepções dos estudantes acerca da visita em si são positivas, já que vários dizem ser a primeira vez que entram na Catedral (ou porque não praticam a religião católica, ou porque moram nos bairros periféricos da cidade). Mesmo os estudantes que esporadicamente visitam a catedral também se surpreendem por conta das novas informações que são fornecidas pelo diácono, além de poderem adentrar espaços antes não acessados, como por exemplo, a cripta, o memorial, e até mesmo o altar (no qual geralmente fazemos uma foto com a turma participante), sendo esse local quase de exclusivo acesso do clero. Com relação às questões específicas do roteiro da atividade, podemos perceber que, de fato, após exercitarmos o olhar para o patrimônio, há um novo aprendizado acerca do mesmo e sua relação com a história do município, na medida em que as mudanças estruturais construtivas do edifício e seu entorno são apresentadas em paralelo às mudanças ocorridas na área central da cidade, que aos poucos, foi se desenvolvendo em um centro comercial, bancário, jurídico, de lazer, e também religioso.

 

Por fim, cabe notar que os estudantes reconhecem a importância de se preservar o local, com ações efetivas que propiciem a educação patrimonial, bem como o uso turístico do patrimônio cultural. Nesse sentido, se faz necessário oportunizarmos ações práticas de educação patrimonial, despertando, dessa forma, a consciência crítica e a preservação do patrimonial cultural de nossas cidades. Para isso, basta que tenhamos um olhar mais atento, exercitando-o cotidianamente para as questões que nos identificam enquanto sujeitos históricos e pertencentes a cultural local.

 

Referências biográficas

 

Camila de Brito Quadros, professora convocada do curso de Turismo da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul – UEMS. Pesquisadora da área de patrimônio cultural e de história local. Estudante de doutorado, vinculada ao Programa de Pós-graduação em História da Universidade Federal da Grande Dourados – UFGD.

 

Referências bibliográficas

 

CAPILÉ JÚNIOR, João Augusto.; CAPILÉ, Júlio.; SOUZA, Maria de Lourdes da Cruz e. História, fatos e coisas douradenses. Dourados: [s.n.], 1995.

 

GRUNBERG, Evelina. Manual de atividades práticas de Educação Patrimonial. Brasília/DF: IPHAN, 2007. Disponível em: http://portal.iphan.gov.br/uploads/publicacao/EduPat_ManualAtividadesPraticas_m.pdf. Acesso em 10 abr. 2021.

 

HORTA; Maria de Lourdes Parreira; GRUNBERG, Evelina; MONTEIRO, Adriane Queiroz. Guia de Educação Patrimonial. Brasília/DF: IPHAN/Museu Imperial, 1999. Disponível em: http://portal.iphan.gov.br/uploads/temp/guia_educacao_patrimonial.pdf.pdf. Acesso em 10 abr. 2021.

 

LARA, Camila de Brito Quadros. O patrimônio cultural religioso: história e memória da Igreja Nossa Senhora Imaculada Conceição de Dourados/MS. 2017. 234 f. Dissertação (Mestrado em História) - Faculdade de Ciências Humanas, Universidade Federal da Grande Dourados, Dourados.

 

LARA, Camila de Brito Quadros. A cidade e o patrimônio: olhares sobre a Feira Livre de Dourados. In: XIV Encontro de História da Anpuh-MS, 2018, Dourados/MS. Anais do XIV Encontro de História da Anpuh-MS. Dourados/MS: UFGD, 2018. p. 1-17. Disponível em: http://www.encontro2018.ms.anpuh.org/resources/anais/9/1531755115_ARQUIVO_Acidadeeopatrimonio.pdf. Acesso em 10. abr. 2021.

 

LE GOFF, Jacques. História e memória. Tradução de Bernardo Leitão, Irene Ferreira e Suzana Ferreira Borges. 7. ed. Campinas/SP: Editora da Unicamp, 2013.

 

MOREIRA, Regina Heloiza Targa. Memória fotográfica de Dourados. Campo Grande: UFMS, 1990.

 

OLIVEIRA, Cléo Alves Pinto de. Educação Patrimonial no Iphan: análise de uma trajetória. Rev. CPC, São Paulo, n. 27 especial, p. 32-54, jan./jul. 2019. Disponível em: http://www.revistas.usp.br/cpc/article/view/158739. Acesso em 10 abr. 2021.

 

TOLENTINO, Átila Bezerra (Org.). Educação Patrimonial: reflexões e práticas. Caderno Temático nº 2. João Pessoa: Superintendência do Iphan na Paraíba, 2012. Disponível em: http://portal.iphan.gov.br/uploads/publicacao/EduPat_EducPatrimonialReflexoesEPraticas_ct1_m.pdf. Acesso em 10 abr. 2021.

 

Sites institucionais

 

Diocese de Dourados – http://diocesededourados.org.br/

 

Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional - IPHAN - http://portal.iphan.gov.br/

4 comentários:

  1. Prezada professora Camila, primeiramente, lhe parabenizo pela pesquisa e por este texto. Lendo o que você apresenta e, sobretudo, as atividades propostas (que, inclusive, eu gostei bastante), eu fiquei refletindo sobre essa relação da cidade com bens como a Catedral Imaculada Conceição de Dourados/MS. Neste sentido, gostaria de perguntar qual a relação predominante entre os moradores de Dourados, não só alunos, com este bem? Este contato perpassa pela perspectiva patrimonial, na prática? Em quais aspectos isto fica mais pungente e em quais isto fica menos explícito?
    Muito obrigado!
    Marcone de Souza Guedes

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    1. Olá, Marcone, tudo bem?
      Agradeço sua leitura atenta para minha proposta. Trabalho com a relação da cidade com o patrimônio cultural desde a graduação. Já trabalhei com o museu histórico da cidade, com a Catedral Imaculada Conceição e agora, na fase de doutoramento, com a feira livre da cidade. Ou seja, patrimônios plurais materiais e imateriais que se relacionam e conectam com a memória e a história da cidade e dos moradores. Esse bem em específico, a Catedral tem relevância não somente para os estudantes enquanto atividade pedagógica e patrimonial, mas também para os moradores (católicos ou praticantes de outras religiões) visto que foi construído em 1925, antes mesmo de Dourados se tornar município. As atividades comerciais, econômicas e as práticas sociais se deram em seu entorno. Sem dúvidas, é o principal referencial espacial da cidade, ponto de encontro e de localização. Acredito que esses elementos perpassam tanto a perspectiva histórica, como a patrimonial também, visto que, apesar desse bem cultural não ser tombado pelo poder público, certamente está na memória dos moradores com um de seus principais patrimônios. Como está localizado no núcleo central urbano, presente em materiais publicitários e, inclusive estampa o cenário do telejornal local (afiliado da TV Globo) tornou-se uma referência enquanto lugar de memória local.
      Novamente agradeço suas contribuições.
      Atenciosamente,
      Camila de Brito Quadros.

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  2. Camila, parabéns pelo trabalho. Atrelar a educação patrimonial com a religiosidade tem se configurado como temática multidisciplinar. Mas seu olhar histórico encaminha e sinaliza os processos de entendimento que podemos ter com esse lugar de memória. abraços

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    1. Oi prof, sempre um prazer aprender contigo. Agradeço muito a oportunidade de participação nesse simpósio e seu olhar atento e carinhoso para comigo. Super abraço! Camila.
      Camila de Brito Quadros.

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